quinta-feira, 21 de maio de 2015

BRINCANDO NA AREIA















Renata Meirelles fala sobre tanque de areia e o tempo do brincar

Você tem alguma sugestão para as escolas de educação infantil, a respeito dos espaços de brincar?
Renata-MeirellesRenata – Tem várias coisas para dizer, mas uma delas é um tanque de areia. Esse, inclusive, é um tema que é abordado em outro projeto do Instituto Alana, o Prioridade Absoluta, para que as pessoas saibam como lutar por esse direito nas escolas. Eu acho que deveria ser obrigatório a todas as escolas de educação infantil terem um espaço de areia e trabalharem a seriedade deste lugar, com a consistência da produção infantil no tanque de areia. Trabalhar com as escolas para dar uma relação que isto representa para as crianças: disponibilizar tempo para estabelecer uma intimidade com a área. Eu vejo isso menosprezado, muitas vezes só se veem os problemas, mas é um oásis para as crianças. Na verdade, areia e água. Principalmente quando a gente fala de crianças de centros urbanos.
Outro foco é o tempo que a criança tem de disponível para o brincar, que tem ficado numa situação muito diretiva, do adulto na proposição de conteúdos, na proposição de atividades. A gente tem que acreditar nas crianças, acreditar na brincadeira delas. Deixar que isto aconteça. Estar lado a lado, participar. A gente tem também que acreditar em esvaziar esta relação de planejamento de conteúdos porque a própria criança é geradora de tudo isto.

Renata Meirelles é educadora, documentarista e há 16 anos vem viajando por todos os cantos do país pesquisando, escrevendo e registrando a infância brasileira. No site Território do Brincar você pode encontrar conteúdos e registros desse trabalho.