Renata
Meirelles fala sobre tanque de areia e o tempo do brincar
Você tem alguma sugestão para as escolas de educação infantil, a
respeito dos espaços de brincar?
Renata – Tem várias coisas para dizer, mas uma delas é um tanque de
areia. Esse, inclusive, é um tema que é abordado em outro projeto do Instituto Alana, o Prioridade Absoluta, para que as pessoas saibam como lutar por
esse direito nas escolas. Eu acho que deveria ser obrigatório a todas as
escolas de educação infantil terem um espaço de areia e trabalharem a seriedade
deste lugar, com a consistência da produção infantil no tanque de areia.
Trabalhar com as escolas para dar uma relação que isto representa para as
crianças: disponibilizar tempo para estabelecer uma intimidade com a área. Eu
vejo isso menosprezado, muitas vezes só se veem os problemas, mas é um oásis
para as crianças. Na verdade, areia e água. Principalmente quando a gente fala
de crianças de centros urbanos.
Outro foco é o tempo que a criança tem de disponível para o
brincar, que tem ficado numa situação muito diretiva, do adulto na proposição
de conteúdos, na proposição de atividades. A gente tem que acreditar nas
crianças, acreditar na brincadeira delas. Deixar que isto aconteça. Estar lado
a lado, participar. A gente tem também que acreditar em esvaziar esta relação
de planejamento de conteúdos porque a própria criança é geradora de tudo isto.
Renata Meirelles é educadora, documentarista e há 16 anos vem viajando por
todos os cantos do país pesquisando, escrevendo e registrando a infância
brasileira. No site Território do
Brincar você pode encontrar conteúdos e registros desse trabalho.
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